A 6a edição da pesquisa sobre Retratos da Leitura no Brasil (2024) revelou que o percentual de leitores reduziu vertiginosamente nos últimos quatro anos. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Pró- Livro (IPL) em parceria com o Ministério da Cultura (MINC), houve redução de 6,7 milhões de leitores.
Será que conseguimos aquilatar o impacto desse número? Pensemos em termos de cultura e informação que deixa de fazer parte da formação do indivíduo. O impacto é além do mercado editorial, repercute na conformação da sociedade. Legados passados deixam de ser acessados. Informações superficiais e de fontes questionáveis passam a compor o acervo individual de consulta rápida nas redes sociais, quando deveriam estimular uma reflexão e busca aprofundada.
Mudanças de hábitos com base no uso de celulares e na convivência familiar, políticas públicas, desigualdade no acesso à educação e evasão escolar (segundo IBGE/2023), rumos da educação, falta de bibliotecas, livrarias e de acervos amplos, publicações sem qualidade produzidas por Inteligencia Artificial - IA, e muito mais, podem contribuir para este resultado:
47% de pessoas que declararam ter lido partes de pelo menos um livro (impresso ou digital) nos últimos três meses anteriores à pesquisa.
27% declararam que leram algum livro inteiro (impresso ou digital).
53% das pessoas não leram nem parte de um livro (impresso ou digital) de qualquer gênero, incluindo didáticos, bíblia e religiosos, nos três meses anteriores à pesquisa.
Mesmo sendo otimistas para o universo de possíveis leitores a serem cativados nos próximos anos, esbarramos com o nível de compreensão do leitor, pois segundo outro levantamento, realizado pela TutorMundi (2021), 27,1% dos estudantes brasileiros têm dificuldades com interpretação de texto.
Sem o hábito da leitura como desenvolver a habilidade de interpretar e compreender? Sem tais habilidades, como exercer plenamente sua cidadania e liberdade?
Pró-Consciência®
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